A aporia nos cerca. Essa sensação de estar preso a uma dúvida insolúvel, sem respostas definitivas, define o espírito do tempo. O trio formado por Júlio Oliveira (guitarra e voz), André Carvalho (bateria) e Érico Oliveira (baixo), não poderia se calar diante desse sentimento. Longe dos clichês herdados dos Velhos Dinossauros do Rock, eles compreendem que, se há algo constante, é a mudança – e ainda assim, o presente assusta. Dessa inquietação nasce “Aporia”, o álbum de estreia d’A Claque, que transforma esse desconforto em música. O disco é um reflexo do que vivemos: dilemas existenciais, transformações sociais e crises pessoais, tudo sem respostas fáceis. O repertório aborda temas como corrupção e ganância (“Caixa Dois”, “Dinheiro”), a instabilidade do mundo (“De Pernas pro Ar”), mudanças internas (“Parte do que Somos”, “Todo Ouvidos”) e fenômenos sociais contemporâneos (“Herói de Facebook”). Há ainda faixas que lidam com a inevitabilidade do tempo (“Iguais”, “Oxímoro”) e o desejo de fuga ou reinvenção (“Voltar no Tempo”, “Noites em Claro”, “Fábula”).